Existem produtos cujo consumo era legalizado no Brasil antigamente e que mais tarde foram proibidos devido aos danos que causavam.
O lança perfume é um destes produtos, cujo consumo foi proibido em 18 de agosto de 1961, pelo então presidente Jânio Quadros.
Era um dos símbolos dos carnavais do passado sendo até título de uma música de Rita Lee. Era para ser uma brincadeira em que um folião jogava perfume no outro durante as folias. Era uma espécie de spray. Posteriormente a descoberta do seu efeito nocivo que fez com que o mesmo fosse proibido no Brasil .
A droga é inalada através de um tubo de alta pressão, que pode ser de vidro ou de metal. Os de metal eram maiores.
Ele contém principalmente cloreto de etila, além de um perfume, e dá aos usuários uma sensação eufórica e de curta duração. O produto químico já foi aplicado como anestésico, mas caiu em desuso devido ao risco de arritmia, uma interrupção potencialmente fatal do batimento cardíaco. Agora, o cloreto de etila permanece em circulação legítima como agente espessante e aglutinante industrial.
Além da arritmia potencial, existem outros perigos associados à droga. Um artigo de Medicina de Emergência de 2010 descreveu sintomas de abuso de cloreto de etila, como perda de coordenação motora, tremor, tontura, fala arrastada, perda de sensibilidade nas pernas, sonolência e alucinação.
A Argentina é o único país da América do Sul que continua produzindo o lança perfume e que ainda continua sendo contrabandeado para o Brasil.
Em 1967 a música “Cordão da Saideira”, de Edu Lobo, iria documentar o efeito não só da proibição do lança-perfume sobre o carnaval como metaforicamente da ditadura militar sobre a alegria do país. “Hoje não tem dança / não tem mais menina de trança / nem cheiro de lança no ar / Hoje não tem frevo / Tem gente que passa com medo / Na praça ninguém pra cantar”, canta a canção. Em 1980, no entanto, o início do fim do regime também seria comemorado com um “Lança-perfume” – dessa vez de Rita Lee e Roberto de Carvalho, que se tornaria imenso sucesso no Brasil, por dois meses alcançaria o primeiro lugar na França e ainda chegaria ao Top 10 da Billboard, nos EUA, levando ao mundo o “cheiro de coisa maluca” e os brilhantes (e explícitos) versos dessa grande canção.