Tanto o uso das substâncias extraídas da planta quanto a venda de produtos à base de Cannabis não é algo novo no Brasil. Segundo a diretora da Associação de Cannabis Medicinal Capixaba (Acamc), Emanuelle de Oliveira e Silva, as farmácias brasileiras vendiam cigarros de cannabis no final do século XIX e início do século XX.


“Os índios já utilizavam em suas práticas de tratamento. Em 1926 a empresa Grimault e Companhia já vendia o cigarro Índios. Até 1930 esse tipo de cigarro era encontrado em farmácias para uso terapêutico. Em 1938 a Lei do Pito do Pango proibiu o uso dessas substâncias. Além do cigarro, tinha extrato fluído e vaporizador. O efeito era analgésico, antiespasmódico e sedativo, além de alterações respiratórias e distúrbios do sono”, afirma a historiadora, que também é veterinária, com pós-graduação em acupuntura e fitoterapia, e pós-graduanda em Cannabis medicinal.